quinta-feira, 14 de abril de 2011

Público: Contas na energia e na política têm que ser feitas com todos os factores, diz Passos Coelho


O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, estabeleceu hoje um paralelismo entre as opções energéticas e as opções económicas, sociais e políticas do país, defendendo que não se pode tomar medidas quando as contas não contemplam todos os factores.

O social-democrata falava durante a apresentação do livro da JSD “Opções Energéticas para Portugal” na FNAC do Vasco da Gama, em Lisboa. O político disse que o Governo tinha um "gato escondido com o rabo de fora e vários esqueletos no armário" que precisam de vir ao de cima para recuperar Portugal do "desastre em que se caiu".

Esse gato escondido e esses esqueletos estão relacionados com as empresas públicas e com as parcerias publico-privadas, argumentou o líder social-democrata. Estes custos não têm contado para o défice até aqui, acusou. O problema, disse Passos Coelho, "não é que as contas não estejam certas, é que nem todas estão cá" e "não se está a somar tudo o que é preciso somar".

Também na energia Pedro Passos Coelho defende que nem todas as opções conduziram o país ao “resultado que o Governo pinta”. O líder social-democrata lembra que existem défices tarifários “que alguém terá que pagar (ou a indústria ou os consumidores)”.

“Precisamos de saber qual a conta implícita no actual mix de fontes energéticas”, disse Passos Coelho. Até agora o Governo “fez de conta que era tudo de graça”, referindo-se aos preços subsidiados que não foram assumidos nem entraram para os cálculos. “O país tem de começar a viver com a realidade e não com o marketing e a propaganda.”

“As nossas importações energéticas são responsáveis por uma parte muito relevante de défice externo”, defendeu o político. “Se os preços dos hidrocarbonetos vierem a aumentar, poderemos vir a estar num cenário dantesco. Agravar o défice externo não é tolerável”. Pedro Passos Coelho propõe “que se deve actuar rapidamente, especialmente nos sectores dos transportes e no sector residencial”

Entre as medidas possíveis estão, para Pedro Passos Coelho, edifícios e cidades inteligentes, a aplicação de critérios de racionalidade na reabilitação urbana e a produção descentralizada. Mas o essencial são os hábitos dos consumidores: “É preciso pôr a verdade dos preços a funcionar para que as pessoas saibam o verdadeiro preço que se está a pagar. Trata-se de darmos a verdade nas opções de consumo. Por exemplo, quando usam o carro, têm que saber qual o preço que isso implica.”

Passos Coelho remata: “Isto não é simpático, mas não estamos num concurso de simpatia.”

13.04.2011
Helena Geraldes

Sem comentários:

Enviar um comentário


Para conhecer o nosso Facebook clique aqui.